Prezados colegas docentes da UnB:  hoje a chapa 2 -  alternativa livre explica por que vota a chapa 1 nas eleições do  ANDES-SN  na luta histórica em  defesa da universidade pública brasileira.
A crise de  corrupção na UnB está longe de representar um caso isolado: ela é  emblemática da situação crítica em que  se acha a universidade pública e do caráter perverso de um modelo de  universidade que abriu as portas para a corrupção ao passar a depender de  fundações que se tornaram incontroláveis em sua atuação dentro do campus.  
 As investigações em curso no MPF revelam que chegamos a  uma situação que desmoraliza a nossa universidade: um regime baseado na  apropriação privada e no loteamento clientelista do espaço público, na  distribuição discricionária de recursos e privilégios e na formação de balcões  de negócios que operam em benefício de uns poucos. Essa situação parecia já  "naturalizar-se" e "eternizar-se" em nossa universidade, até ser derrubada pela  mobilização da comunidade universitária e pelo protagonismo histórico do  movimento estudantil. 
 Por isso,  prezados colegas, é importante notar que não há nada de natural ou inevitável no  modelo de universidade que o legado timothista deixa para trás, nem nada que não  possa e deva ser revertido pela própria comunidade universitária. A UnB já  não aceita rebaixar-se à condição de um balcão de negócios espúrios ao sentido e  à finalidade acadêmica. O docente já não aceita ter que rebaixar-se às  degradantes condições de mercador do conhecimento ou de vassalo subalterno para  poder sobreviver e dar continuidade às suas pesquisas. Contudo, numa  universidade controlada por interesses privados e indulgente com a apropriação  por parte de grupos que agem sem qualquer respeito ao bem público, será muito  difícil proteger o professor das tramas do clientelismo. Somente uma ADUnB que  tenha clareza na compreensão de como esses processos se instalaram e se  reproduzem entre nós poderá blindar a nossa instituição contra a penetração e o  ataque desses grupos empresariais ou partidários que vêm em nossos recursos uma  oportunidade para seu benefício particular.
 Sabemos  que nos últimos quinze anos o arrocho salarial permanente e a insuficiência  crônica do financiamento público da universidade abriram espaço para a  proliferação das fundações privadas. A justificativa de sua existência era que  apenas as fundações poderiam resolver o problema da captação de recursos para o  custeio da pesquisa e a complementação de renda dos docentes. Criou-se assim o  mito de que a universidade seria incapaz de captar e gerir de forma eficiente,  democrática e transparente seus próprios recursos. Mas com o tempo, as fundações  criaram problemas ainda maiores do que aqueles que pretendiam resolver e,  sobretudo, carregaram mais recursos dos que aportaram. Hoje, elas existem como  empresas privadas que se apropriaram da universidade pública e tornaram-na refém  da lógica corrupta e corruptora dos interesses privados. Elas liquidaram sua  autonomia, sua democracia e seu caráter público e social; submeteram o ethos  acadêmico ao ethos mercantil, e terminaram, ao fim e ao cabo, por apropriar-se  até mesmo da gestão dos recursos públicos da universidade. Por esta via, poderia  tornar-se verdade o já conhecido adágio: "Ou a universidade acaba com as  fundações, ou as fundações acabam com a universidade". 
 A luta histórica do ANDES-SN e do movimento docente em  defesa da universidade pública, autônoma e democrática só poderá ser vitoriosa  com a derrota e a desmoralização completa e irreversível do modelo privatizante,  mercantilista e essencialmente corrupto e corruptor de universidade que foi  construído e consolidado nos últimos quinze anos com o apoio ativo dos governos  de plantão. A vitória que obtivemos na UnB com a derrocada da  administração timothista demonstrou que é possível lutar e que é possível  vencer. Mas ela demonstrou também que a última palavra ainda não foi dada e  que não podemos nos deixar confundir por palavras que contradizem abertamente as  práticas e os atos concretos daqueles que as pronunciam. Permaneçamos atentos e  a postos para proteger a nossa universidade de quaisquer novas investidas desse  modelo, venha de quem vier! Existe ainda um abismo entre a derrocada da  administração timothista e o necessário desmonte do modelo global que  permitiu sua instalação entre nós. Portanto, prezados colegas, nossa luta ainda  não acabou.
 Nós da Chapa 2 - Alternativa Livre -  lutamos e lutaremos, até o final, pela derrota deste modelo. Por isso, apoiamos  a Chapa 1 nas eleições do ANDES-SN e nos disponibilizamos para seguir lutando,  ombro a ombro, com a futura direção do ANDES-SN, com os servidores e com o  movimento estudantil autônomo e combativo no bom combate por uma universidade  efetivamente pública, autônoma e democrática. Para isso, contamos com seu voto,  com seu apoio e com sua participação nesta luta, que é de todos  nós. 
TRÊS MENOS  UM É DOIS
E  2 É A DIFERENÇA!!!!!!!
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