sexta-feira, 16 de maio de 2008

AGRADECIMENTO DA CHAPA 2

CHAPA 2 – ALTERNATIVA LIVRE

POR UMA UnB SEM DONOS

AGRADECIMENTO DA CHAPA 2

E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA VOTAÇÃO.

Viemos por este meio a agradecer muito especialmente aos 123 professores que depositaram em nós sua confiança e nos deram seu voto. Agradecemos também aos professores Cassiano, Marciano e Regina Pedroza pela excelente condução do processo eleitoral e da apuração.

A Chapa 2 considera o seu resultado uma grande conquista, pois instala na Universidade de Brasília uma frente política nova, caracterizada pela liberdade de opinião, a autonomia de consciência e a tenacidade na luta pela preservação do caráter público da nossa instituição. A Chapa 2 obteve um resultado expressivo que mostra que cresceu muito rapidamente, em apenas 2 meses, o número de professores que não se conforma nem com a Reitoria privatista da gestão demissionária nem com o estilo de condução debilitada e burocrática que tomou conta de nossa seção sindical. De fato, pode-se dizer que, a despeito de a campanha eleitoral ter sido espremida num calendário de apenas uma semana, em 12 de março éramos apenas 8 os que tentávamos fazer pública uma voz crítica diferenciada no Manifesto UnB Livre, e em 15 de maio –apenas dois meses e 3 dias mais tarde – somos agora 123 professores dispostos a construir uma nova ADUnB e uma nova UnB. Este resultado é particularmente interessante se consideramos que a chapa 2 não contou com o voto útil que, por razões que compreendemos perfeitamente, foi depositado na chapa 3, devido a que, por ser a chapa apoiada pela diretoria de ADUnB, muitos pensaram que poderia ter mais chance de vencer o timothismo. Também não contou nem com a máquina que se apropriou da Reitoria durante os últimos 14 anos, nem com a máquina sindical, controlada por um grupo de professores que não tem reconhecido nem acolhido a pluralidade de vontades políticas que hoje se encontram presentes na UnB.

Nós, da Chapa 2, como muitos outros colegas, desde o início desta contenda, entendemos que ela seria, também, uma oportunidade para mapear a situação do eleitorado da nossa universidade. Acreditávamos na idéia, que ontem se comprovou equivocada, de que o comparecimento dos docentes às urnas seria maciço devido ao processo que a UnB atravessa. Qual não seria o nosso assombro ao constatar que essa previsão não se cumpriu! Com efeito, de um total de 1444 professores sindicalizados ( na ativa e aposentados) votaram somente 752. Portanto, deixaram de votar 692 professores. Se considerarmos que, destes, possivelmente uns 15% se encontravam fora da cidade por diversas razões, concluímos que em torno de 600 professores deixaram de votar. Esta foi, de fato, a maioria mais expressiva nestas eleições, e resulta surpreendente em meio a um processo que comove as bases da nossa vida institucional e que a torna matéria das páginas policiais.

Na sintética análise que segue tentamos uma interpretação dos números da votação, incluindo o contingente MAJORITÁRIO das abstenções.

1. Os 408 votos a favor da Chapa 1 nos permitem avaliar com relativa precisão o escopo da rede clientelística vinculada à gestão timothista. Esse número fornece uma idéia aproximada do universo de professores que se beneficiou de uma ou mais formas das várias modalidades de privatização subterrânea e invasiva que se instalaram entre nós, ou esperava beneficiar-se proximamente. Isto inclui não somente aqueles professores que participaram ativamente de atos ilícitos ou de duvidosa moralidade, mas também os professores que foram apoiados com recursos disponibilizados de modo discricionário e sem transparência pela gestão timothista - recursos com os quais poderiam ter sido igualmente beneficiados sem a exigência de entrar na relação clientelista caracterizada pelo pedido de favor. Encontram-se aqui também representados aqueles que suplementam seus salários ministrando cursos pagos dentro da universidade – cursos que, em muitos casos, acabam se tornando porta de entrada pouco menos que obrigatória para os exames de acesso às nossas pós-graduações públicas. Podemos supor que esse grupo se lançou completo às urnas a defender os ganhos obtidos graças ao grupo demissionário e, portanto, se encontra numericamente representado no resultado da eleição a favor da Chapa 1. Podemos dizer, então, que, hoje, são 372 (408 menos os 36 eleitores aposentados da Chapa 1) os votos do continuísmo, num contingente de 1.345 professores na ativa que poderão votar para Reitor. É fundamental convencer aos professores não comprometidos com atos francamente ilícitos de que seria mais interessante não ir à contramão e sim dar apoio irrestrito às investigações da Polícia e da Justiça na nossa casa. Juntar forças entre todos para obter as mesmas vantagens dentro da legalidade e com métodos transparentes de distribuição de recursos será muito mais benéfico para toda a classe, e não somente para alguns que desejem aceitar a pecha de “amigos do rei”.

2. Os 193 votos da Chapa 3 permitem apreciar o declínio da representatividade da Direção atual da AdUnB.

3. Os 123 votos da Chapa 2 permitem apreciar o rápido crescimento e a consolidação, de uma vontade política nova dentro da universidade, não identificada nem com a gestão da Reitoria demissionária nem com o grupo que até agora representou a voz do sindicalismo docente na UnB.

4. Ao contrário do que alguns porta vozes da chapa 3 sugerem, o fato de que as Chapas 2 e 3 não formaram uma Chapa única anti-timothista conquistou mais do que afugentou votos para a frente comum do anti-timothismo, já que muitos eleitores não teriam votado de forma alguma na Chapa 3 devido à sua identificação com um estilo verticalista de condução política no qual muitos já não confiam. Sem a alternativa da Chapa 2, os números da frente anti-timothista teriam sido ainda menores.

5. No silêncio do grupo majoritário de aproximadamente 600 eleitores aptos a votar que se manifestaram mediante a abstenção poderiam se encontrar expressas três posições:

5.1 O grupo de professores que despreza a Associação de docentes, por considerá-la irrelevante para suas tarefas acadêmicas ou, inclusive, para sua participação política na vida nacional. Jogou aqui um papel determinante um conjunto de ações e práticas do grupo que tradicionalmente controla a ADUnB e que desta forma acabou colaborando com a Reitoria demissionária no esvaziamento progressivo do espírito de coletividade no campus.

5.2 O grupo de professores que aguarda, para dar seu voto, os desdobramentos do trabalho da Justiça em nossa universidade, cujos primeiros resultados, coincidentemente, começaram já a ser revelados na imprensa durante os dias do pleito eleitoral.

5.3 E, finalmente, o grupo de professores que, sem apoiar o timothismo, se encontrou sem opção por não concordar ou não entender o apoio que as chapas opositoras ao mesmo - a Chapa 2 e a Chapa 3- deram ao movimento estudantil. Temos, aqui, um grande desafio pela frente: fazer compreender a essa parte expressiva do eleitorado, formada por professores que relutam em compartilhar a sua gigantesca parcela de poder sobre instituição com os outros dois segmentos que convivem nela, que temos uma dívida e fizemos um compromisso com os estudantes. Estes, iluminados por uma consciência e uma capacidade organizativa que nós, docentes, não tivemos, resgataram a UnB do grupo que utilizava seus recursos de modo discricionário e os desviava da sua finalidade. Isso, caros colegas da Universidade de Brasília, deverá por força tornar-se tema de uma longa e refletida conversa entre todos nós.

Por fim, o resultado das eleições da ADUnB demonstra que, a despeito da queda de Timothy e sua administração, as bases estruturais e a própria cultura política do clientelismo timothista ainda não foram erradicados da UnB. Foi porque tínhamos isso claro desde antes das eleições da ADUnB que propomos à Chapa 3, sem sucesso, a formação de uma frente única para derrotar a chapa timothista. Tudo isso demonstra a necessidade de abrir e aprofundar o debate coletivo em torno do projeto de uma nova UnB, condição necessária para fazer convergir todos os grupos organizados de oposição ao timothismo em torno de um único projeto e de uma única candidatura nas eleições para Reitor que devem ocorrer no segundo semestre deste ano. Porque, francamente, o resultado destas eleições nos coloca frente ao seguinte dilema: ou ganhamos a Reitoria e recuperamos a credibilidade da nossa instituição, ou nos veremos obrigados a delegar inteiramente a responsabilidade de colocar nossa casa em ordem à Polícia Federal e à Justiça. Por outro lado, como prova a eleição que acabamos de encerrar, a vitória pela Reitoria somente poderia ser hoje garantida numa eleição paritária.

Nós, da chapa 2 , pretendemos dar continuidade à nossa reflexão conjunta sobre os destinos da nossa universidade, e serão bem vindos todos aqueles que desejem participar nessa conversa no futuro imediato. Para isso, informamos o nosso endereço eletrônico alternativalivre@gmail.com

Um abraço a todos!

CHAPA 2 – ALTERNATIVA LIVRE

POR UMA UnB SEM DONOS!!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Polícia Federal, CGU e MPDFT desfiam o novelo da corrupção na UnB


Alguns apoiadores da Chapa 1, que se notabilizaram por defender o ex-reitor e se beneficiaram por benessses de todo tipo, estão entre os principais investigados.


"O Centro de Informática (CPD) da Universidade de Brasília (UnB) foi fechado nesta terça-feira (13/05). A Controladoria Geral da União (CGU), a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) fazem auditoria no local.
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Agentes federais recolheram documentos, investigaram terminais de computadores e apreenderam equipamentos e discos rígidos. Neste momento os agentes dão continuidade ao trabalho no prédio da reitoria da UnB.
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O sistema de informática de todos os decanatos foi lacrado a pedido da 12ª Vara da Justiça Federal do DF para que procuradores do MPF tivessem acesso a informações administrativas da UnB."
Veja matéria completa clicando aqui.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O hábito das direções tradicionais da nossa Associação de controlar as falas e falar por outros


Por uma UnB sem donos
Chapa 2-Alternativa Livre

Prezados colegas professores da UnB, comprova-se, mais uma vez, o hábito das direções tradicionais da nossa Associação de controlar as falas e falar por outros.

Para que ninguém fale por nós, corrigimos aqui inverdades e meias verdades divulgadas hoje pela chapa 3.

Digamos não à tentativa de seqüestro da nossa voz pela chapa 3!!!!


1. Sobre a Eleição paritária para reitor.

Nós, da chapa 2, propomos que se abra a discussão sobre procedimentos eletivos. Entre eles, o voto universal.

2. Sobre a Gestão Paritária

Somos, sim, a favor da gestão pela comunidade acadêmica organizada em Conselhos e Colegiados paritários, cujo procedimento de eleição, modalidade de representação e normas de atuação deverão ser definidos pelo Congresso Estatuinte da UnB.

3. Sobre a Expansão da UnB

Somos a favor da Expansão da UnB, mas com controle interno e servindo os interesses e a finalidades da Universidade Pública, socialmente referenciada e de qualidade. Somos a favor de limitar o intervencionismo do governo no processo de expansão, garantindo a autonomia universitária nas decisões sobre seus diversos aspectos.

4. Sobre o ex-reitor Timothy Mulholland

Nós não somente lutamos e trabalhamos junto ao Ministério Público desde os primeiros indícios de desvio de dinheiro público na nossa universidade, colocando nossa segurança profissional em sério risco, mas também solicitamos publicamente a saída do Reitor Timothy, do Vice-Reitor Mamiya, e de toda a administração sob suspeita da UnB. Ainda que pudessem ser provados legais os gastos da Reitoria -sempre dizemos-, eles são a todas luzes imorais, e como tal a comunidade deve julga-los.

5. Sobre o enfrentamento da crise na UnB

Nós não propomos a dissolução de todos os Conselhos! Propomos, sim, a ampla discussão da forma de composição dos Conselhos no Congresso Estatuinte paritário e sua recomposição de acordo com as novas normas que serão decididas.

6. Sobre a relação com as Fundações.

Nós propomos uma investigação ampla e irrestrita das contas da UnB e de todos os convênios e contratos celebrados pela FUB e pelas Fundações privadas que atuam no campus, com o descredenciamento daquelas que tenham descumprido sua finalidade fundamental, que é, como se sabe, investir seus recursos na pesquisa e no ensino.

7. Sobre a relação com o Sindicato Nacional.

Muitas das deliberações congressuais do ANDES e muitas das decisões do Setor das Federais do ANDES, assim como diversas decisões votadas em Assembléias de ADUNB jamais foram compridas pela Direção de ADUNB. Portanto, não somente a nossa chapa apóia o sindicato Nacional e a chapa 1 do ANDES SN, mas nos comprometemos também, diferenciando-nos do grupo da atual gestão e da chapa 3, a fazer cumprir com determinação as decisões coletivas do Sindicato e da Assembléia local.

Digamos não à tentativa de seqüestro da nossa voz pela chapa 3!!!!

TRÊS MENOS UM É DOIS

E 2 É A DIFERENÇA!!!!

A FÁBULA DE ESOPO E A CHAPA 1


CHAPAFACHADA
A MÁSCARA CAIU!!!!! COLEGAS, ATENÇÃO, ESTÁVAMOS SENDO ENGANADOS!!!! A MENSAGEM DA DORIS REVELA O CARÁTER DE FACHADA DA CHAPA 1, QUE NEGAVA, ATÉ MINUTOS ATRÁS, EM CORRESPONDÊNCIA A MIM DIRIGIDA PELO PROFESSOR FLÁVIO, SER TIMOTHISTA !!!!! ELA DEU INADVERTIDAMENTE UM REPLY E CHEGOU A TODOS NÓS A REVELAÇÃO DE QUE HÁ UMA MAESTRINA POR TRÁS DA CHAPA 1, QUE HÁ UM VENTRÍLOQUO POR TRÁS DOS PERSONAGENS DA CHAPA 1!!!!! QUE HORRORRR!!!!! QUE ESTELIONATO!!!!! SERÁ QUE A UNB ESTÁ CONDENADA A ESTE TIPO DE AÇÕES!!!!!
CHAPA DE CARA LAVADA
CHAPA 2

Sete Razões para não votar na Chapa 1

Corrupção Nunca Mais
  1. Exposta nas páginas da grande mídia pelo desvio de verbas, a UnB acha-se hoje sob investigação da Controladoria Geral da União (CGU) e dos Ministérios Públicos do DF e Federal (MPDFT e MPF). O que poderia significar para a UnB aos olhos da opinião pública nacional que as eleições da ADUnB tivessem como resultado a vitória da Chapa 1, representante política da administração investigada por corrupção e de tudo o que ela simboliza de mais desprezível aos olhos da sociedade? Acaso não é o retorno às práticas corruptas e ao uso discricionário dos recursos públicos o que se esconde por detrás do refrão "de volta para casa" da Chapa 1? Professor: A indiferença manifesta da Chapa 1 e de seus apoiadores para com os atos de corrupção desmoralizam e envergonham nossa universidade e nossa comunidade! Salvemos a UnB do descrédito nacional que acena para ela e para todos nós!

  1. A Chapa 1 afirma que não devemos esquadrinhar o passado. Por que a Chapa 1 insiste em interditar o debate sobre o ocorrido na administração Timothy? Por que o seu programa não manifesta interesse pela realização de uma auditoria ampla, geral e irrestrita na UnB? Será que ao cancelar as perguntas sobre o acontecido na administração timothista e ao insistir na irrelevância dos interrogantes que pesam sobre esse passado próximo, a Chapa 1 pretende utilizar a plataforma da ADUnB para facilitar o retorno às velhas práticas?

  1. Por que a Chapa 1 restringe seu programa aos temas de um sindicalismo meramente corporativo que não aborda as grandes questões acadêmicas? Por que seu programa é pobre em definições e não se pronuncia a respeito das questões maiores da vida acadêmica e nacional? Será que por trás desse silêncio não se esconde uma vontade de aquietar as aspirações que agora temos de rever e transformar nossa instituição mediante os trabalhos do Congresso Estatuinte paritário?

  1. Que razões para apoiar o continuísmo pregado pela Chapa 1 teriam aqueles que não receberam, nos últimos anos, entre 20 e 100 mil reais na forma de subsídios e rendimentos extra-salariais, ou aqueles que não se beneficiaram com o loteamento de cargos, recursos, privilégios e honrarias na UnB? Navegue pelo Portal Transparência Brasil, Professor! Aprenda a consultá-lo, e você poderá constatar a discricionariedade na distribuição de benefícios que caracterizou a administração timothista! A Chapa 1 insiste em silenciar a pergunta sobre as práticas clientelistas e arbitrárias que nos vitimaram, rasgaram a teia da nossa comunidade, nos retiraram a nossa dignidade e nos tornaram submissos aos verdadeiros "donos" que se entronizaram na administração da nossa Casa.

  1. Por que a Chapa 1 praticamente não faz campanha e trabalha pouco na produção de textos e envios à lista ADUnB e à mala direta da nossa Associação? Por que seus membros deixam exclusivamente em mãos de apoiadores as manifestações que deveriam se encontrar a seu cargo? Professor! Não deixemos esta eleição em mãos de lealdades cativas! Não entreguemos esta eleição aos grupos de interesse constituídos que só se interessam por continuar exercendo o controle sobre parcelas de poder já distribuídas e alocadas na nossa instituição! Utilizemos esta eleição para quebrar com os velhos vínculos clientelistas e criar as condições para uma UnB DE TODOS!

  1. Por que a Chapa 1 ataca abertamente os estudantes, sua entidade, seu movimento, suas reivindicações? Porque insiste no monopólio absoluto do controle da instituição por um único segmento, o dos professores? Por que tenta encobrir o fato evidente de que ao longo de uma década estes professores não foram capazes de proteger nossa universidade do uso corrupto e discricionário do bem público? Porque tenta entregar novamente o enorme vulto de recursos que por ela circulam a estes mesmos professores que não foram capazes de velar por transparência na administração anterior? Será que seus membros e apoiadores temem que a paridade garanta definitivamente a transparência e o controle social dos gastos públicos na nossa universidade por parte da comunidade universitária? Ao não querer a participação dos estudantes, a Chapa 1 demonstra que teme que o "passado" da UnB venha à tona, como já está vindo, como deve vir, como inevitavelmente virá. É em nome deste passado que a Chapa 1 e seus construtores e apoiadores farão de tudo para suprimir a paridade nas eleições e no Congresso Estatuinte Paritário da UnB, e tentarão infringir decisões já tomadas nas assembléias da ADUnB, do DCE-UnB e do SINTFUB.

  1. Como a Chapa 1, representante da história recente de apropriação privada do público e de toda a velha política do loteamento clientelista de cargos, recursos, privilégios e honrarias poderia lutar por nossos salários, por nossos direitos, por nossas condições de trabalho? Como poderíamos entregar nossa seção sindical àqueles que representam as fundações privadas, a mercantilização interesseira da universidade e as estruturas e esquemas obscuros de poder que levaram a universidade à prática da corrupção? Como poderíamos entregar nossa seção sindical àqueles que sempre representaram o ProIfes na UnB e que têm como projeto histórico desfiliar a ADUnB do ANDES-SN para filiá-la ao "sindicato chapa branca" do governo, da CUT e do PT?

TRÊS MENOS UM É DOIS

E 2 É A DIFERENÇA!!!!!!!

domingo, 11 de maio de 2008

Entrevista com a Profa. Rita Segato (em PODCAST)

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Sobre o loteamento da UnB
(clique acima para ouvir a entrevista)

Ao Professor Flávio Botelho (Chapa 1)

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CARTA ABERTA
AO PROF. FLÁVIO BOTELHO (foto) - DA PROFa. RITA SEGATO:

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Prezado colega Flávio, por que permites publicar em teu blog inverdades sobre mim? Ontem respondi ao Professor Paulo Celso a mensagem que abaixo transcrevo, porque há uma menção à minha pessoa que falta com a verdade no texto dele postado hoje no teu blog. E ninguém é mais testemunha que tu mesmo de que se trata de uma inverdade, pois estavas de meu lado durante o Debate das Chapas no Auditório da Faculdade de Tecnologia e, por isso, sabes que não disse em momento algum o que desonestamente Paulo Celso coloca na minha boca. Professor, isto é grave porque sabemos todos que a mentira e a tergiversação são as armas do autoritarismo, e um regime autoritário é o que nós desejamos superar na UnB.

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Podemos polemizar, sim; podemos discordar, sim; podemos livrar um combate, também, e é o que estamos fazendo. Mas ninguém concordou com que isto seja um VALE TUDO, porque isso faz muito mal à nossa comunidade e a nós mesmos. O professor Paulo Celso, nos ímpetos da sua juventude, está pressionando para que isto se torne um VALE TUDO e, prezado Flávio, nem tu nem eu podemos concordar. Noblesse oblige! E responsabilidade também obriga! Ou será que onde os interesses materiais falam alto, a moral tende a calar?

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Peço, Flávio, que tomes providências, pois podes criticar minhas posições no teu blog, MAS NÃO PODES MENTIR SOBRE MIM, NEM MUITO MENOS AFIRMAR QUE EU DISSE O QUE EU NÃO DISSE. Sabes, muito bem, que insisti permanentemente, durante o debate, em que ADUNB deverá ser o grande foro em que TODAS as questões que interessam deverão ser TRAZIDAS E DISCUTIDAS PELA COLETIVIDADE UNIVERSITÁRIA NO SEU CONJUNTO. Sabes que insisti em que o foro de ADUNB é nobre e deve ser utilizado como cenário dos grandes debates entre nós. Portanto, o temerário Paulo Celso MENTE no teu blog, Flávio. E tu não podes permiti-lo.

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Minha resposta ao afoito Paulo Celso foi, ontem, a seguinte:

Professor Paulo Celso, parece que para o senhor esta campanha é um VALE TUDO. Se não, como poderia ser que o senhor me cita dizendo algo que realmente eu não disse, e nem sequer indiquei ou sugeri pensar?!:

"A profa. Rita Segato, no debate da ADUnB transmitido pela TV, chegou a classificar os professores da UnB em duas categorias: os verdadeiros professores, que pensam como ela, e os falsos professores, que discordam de sua opinião. Novamente, uma presença forte de autoritarismo e maniqueísmo. A Chapa 2 fala em gestão democrática mas não aceita opiniões ou idéias divergentes..."

Seja mais prudente ao fazer este tipo de tergiversação ou citação falsa, professor Paulo Celso, pois o que eu falei está integralmente gravado e nós temos cópia.

Sua vontade de nos silenciar é tão grande, professor Paulo Celso, que você perde o compromisso fundamental com a verdade!!

Atenciosamente, Rita Segato

Desde já, agradecerei tuas providências, com o respeito que ambos merecemos pese a nosso atual antagonismo eleitoral.

Abraços democráticos e honestos!!

Rita

NOSSAS CRÍTICAS À CHAPA 3


MENTIRA NUNCA MAIS!

1. A Chapa 3 diz que "agora é hora de mudança" (1). Como uma chapa da situação, claramente apoiada pela gestão atual da ADUNB e pelo petismo, para-petismo e governismo nos três segmentos da comunidade universitária pode mudar coisa alguma?

2. A Chapa 3 diz que reconstruirá o Conselho de Representantes (2). Por que essa reconstrução já não foi feita pela atual diretoria, apoiadora da Chapa 3, ou por outras direções do mesmo grupo político que lhe precederam na história da ADUnB?

3. Por que o poder na ADUnB é sempre excessivamente concentrado na diretoria e em seus poucos patronos de sempre?

4. A Chapa 3 defende agora a "paridade na escolha dos dirigentes" (3). Por que então seus principais apoiadores, articuladores e patronos impediram em 2005 que a ADUnB colocasse em discussão, em assembléia geral, sua participação na campanha pela Paridade? E por que voltaram a fazer o mesmo na assembléia de 17 de abril de 2008, quando a direção da ADUnB e seus principais mentores e dirigentes deixaram de colocar na pauta de discussão e votação a questão da Paridade e do Congresso Estatuinte Paritário?

5. A Chapa 3 se mostra vagamente crítica em relação às fundações e ao modelo de universidade que se construiu em torno delas. Por que motivos seus principais dirigentes, articuladores e patronos, em abril de 2004, bloquearam sumariamente a investigação que a ADUnB fazia sobre a atuação das fundações privadas na UnB? Por que abortaram, na época, a investigação e as denúncias contra as fundações, ocultando deliberadamente dos docentes da UnB, da sociedade e até mesmo de membros da diretoria da ADUnB os resultados dessa pesquisa? Por que até hoje o dossiê da ADUNB sobre as fundações privadas na UnB jamais foi divulgado? Por que a ADUnB jamais cumpriu as deliberações do ANDES-SN sobre o engajamento efetivo e eficaz na investigação e na luta contra as fundações e a corrupção que elas introduzem na universidade? Por que sua denúncia das fundações nunca saiu do teor genérico, nunca deixou de ser colocada em termos abstratos e generalizações, e desprezou os dados precisos compilados no dossiê, que ainda permanece guardado?

6. A Chapa 3 diz, pela voz de seu presidente, que é "muito perceptiva (sic) (4), mas sem ser agressiva", e que percebeu (sic) que a administração passada "tinha muitas irregularidades" (5). Por acaso a Chapa 3 considera que a ocupação da Reitoria e as ações do Ministério Público foram atos de agressividade? Por acaso a Chapa 3 desconhece o sacrossanto princípio da Desobediência Civil quando fica como último recurso para a defesa do bem comum?

7. A Chapa 3 diz que "é desestimulante perceber a insuficiência da política de proteção de nossa saúde" (6). Como será possível, para uma chapa formada por apoiadores do governo petista lutar contra a política de abandono da saúde e da educação pública, e contra as demais políticas e reformas neoliberais do governo, sobre as quais ela se omite por completo em seus textos e programas?

Cansados da demagogia, do oportunismo e do continuísmo da Chapa 3, nós, da Chapa 2, clamamos aos quatro ventos

MENTIRA NUNCA MAIS!

Vote
CHAPA 2 - ALTERNATIVA LIVRE

(1); (2); (3) e (6): em http://autonomiademocracia.blogspot.com/2008/05/adunb-30-anos-de-autonomia-e-democracia.html.

(4) e (5): em BORGES, Rodolfo, "Chapa 3 - AdUnB: autonomia e democracia", <http://www.secom.unb.br/unbagencia/unbagencia.php?id=214> Secretaria de Comunicação da UnB Agência.



sexta-feira, 9 de maio de 2008

AS REFORMAS DO GOVERNO E A EDUCAÇÃO SUPERIOR



Por Carlos Lima, Jorge Antunes, Maria Lúcia Leal e Patrícia Pinheiro

O Estado capitalista brasileiro se caracteriza, entre outras determinações, por ser organizador e produtor da exclusão social. Para financiar a reprodução das relações sociais capitalistas, utiliza de todos os instrumentos para garantir a exploração e o não acesso aos bens culturais e sociais por parte substantiva da sociedade, para que a elite continue a desfrutar da riqueza produzida pelos trabalhadores assalariados. Nesse sentido, a maioria da sociedade se encontra excluída do acesso à educação pública, gratuita e de qualidade, à saúde, à moradia, à terra e aos demais bens que formam e conformam a dignidade humana.

O primeiro mandato do Presidente FHC apresenta a questão da adequação da estrutura do Estado segundo os parâmetros neoliberais, ou seja, atendendo às exigências que os interesses do capital financeiro mundializado fazia e continua a fazer. A reforma do Estado não era apenas uma exigência das forças democráticas e populares que lutavam para adequar a estrutura do Estado ao espírito da Constituição de 88. O Estado herdado pela ditadura também não atendia aos interesses do grupo no poder. Somente com Fernando Henrique no governo é que os parasitas banqueiros vão ser efetivamente representados e passam a dominar o cenário macroeconômico.

A economia brasileira foi aberta ao capital transnacional que internacionalizou a pletora de capital-mercadoria dos países desenvolvidos sem, no entanto, internacionalizar o processo produtivo, até porque nesta fase agônica do mundo do capital, este é capitaneado pelo capital fictício. Para isso várias medidas de política econômica foram utilizadas pela equipe do então Presidente Fernando Henrique Cardoso.

A partir daí o governo vai desencadear todo um processo que envolve pelo menos três tarefas importantes. A primeira será a da “satanização” do Estado. Tudo que é estatal é ruim: o Estado é incompetente, ineficiente, corrupto. A segunda é a de colocar a idéia de nação e de soberania como algo anacrônico. Em um mundo globalizado, haveremos de nos globalizar a qualquer custo e, por fim, a terceira tarefa vai ser a da desqualificação da noção de público em conseqüência da desqualificação do papel do Estado. As críticas à ação deste justificavam sua diminuição frente aos problemas e demandas sociais.

A reforma do Estado que se inicia com FHC, sob a batuta do famigerado Bresser Pereira, está colimada pelo governo Lula, e tem, como seu pressuposto um objetivo de natureza ideológica que é o de transformar o conjunto das instituições nacionais em organizações sociais. Essa transformação (e isso nos interessa de modo particular, porque leva à discussão para o terreno da educação) incide diretamente sobre sua lógica na medida em que a natureza pública das instituições passa a ser regulada pelo privado. As instituições, dado o seu ethos, seus valores, são muito pouco permeáveis à lógica instrumental da gerência, que obedece ao cálculo racional econômico. O processo de equalizar as organizações sociais, tem por objetivo esvaziar o peso da sua estrutura e das suas finalidades. Daí ser possível deslocar a avaliação dessas instituições, do plano da legitimidade para o plano da eficácia operacional.

Outro objetivo que a reforma do Estado incorpora é o da transferência clara de todos os centros intermediários de decisão para a área de influência do grande capital. Isso implica na liquidação da res publica, em um país onde o público sempre esteve vinculado ao protagonismo do Estado. Como isso se retrata na educação brasileira? Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e outras medidas anencefálicas.

Palco de inúmeros debates e enfrentamentos, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei nº 9.394 de dezembro de 1996) integra o conjunto de reformas – econômicas, sociais e políticas – estabelecido pelo modelo neoliberal que, hegemonicamente, vem sendo implantado no Brasil desde o início dos anos 90. Essa lei deu condições ao Ministério da Educação e Cultura para a formulação e o desenvolvimento de políticas públicas para a educação de cunho fortemente homogeneizador. Entre elas, podemos citar o tripé: Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (FUNDEB), programas de Avaliação dos Sistemas de Ensino (educação básica e ensino superior) e Formação dos Profissionais da Educação. Esse tripé se constitui na marca social do modelo regulador do Estado.

A reforma do Estado obedece à lógica da reprodução ampliada do capital na economia mundializada. O decisivo, para distinguir formas de acumulação, é perguntar quem controla o processo de acumulação[1] e a quem beneficiam as políticas postas em prática.

É inegável que Lula – 3º e 4º reinados de FHC – assumiu o poder político com o país mergulhado na grande crise que grassava na economia brasileira. O governo FHC, por meio do Plano Real, aprofundou a crise econômica. Os primeiros quatro anos de mandato tiveram como ponto fundamental a abertura das fronteiras ao capital internacional. Na verdade, essa abertura e, ao mesmo tampo, o aprofundamento da inserção da economia brasileira à economia globalizada, obedeceu à lógica inscrita na dinâmica econômica capitalista. A partir do momento em que as economias hegemônicas se encontram em crise, as economias retardatárias têm como papel basilar servir de escoadouro para a produção excedentária da economia integrada. Nesse sentido, o Plano Real teria que garantir a demanda para os bens de luxo que entraram em crise nas economias hegemônicas. Às crises de sobreprodução e insuficiência de demanda dos países cêntricos, inerentes ao processo sociometabólico capitalista, vai corresponder uma modificação qualitativa no mundo periférico, nas economias semi-integradas.

A política de Educação do governo Lula beneficia descaradamente os tubarões do ensino particular. O ingresso no ensino superior ocorre por meio da compra de vagas no ensino privado (PROUNI). Dessa forma é saciada a fome dos mercadores da educação. São gerados, assim, dois problemas: o trabalhador é incluído no ensino superior de segunda categoria e, pela mesma ação, o governo deixa de investir na melhoria da escola pública, de nível médio e fundamental como um todo, onde pouco ou quase nada é realizado. Em suma: o governo Lula presta um verdadeiro desserviço à educação e aos trabalhadores brasileiros, pois que adota critérios de inclusão estrambóticos, quando desvia dinheiro público para valorizar o capital investido nas universidades privadas sucateando, em conseqüência, as universidades públicas.

O governo do PT tem, de todas as maneiras, forjado utopias e intenções democráticas e benéficas para os trabalhadores com ações reformistas. Essas reformas do governo têm levantado, em todos os lados, uma enorme oposição política. O próprio partido do governo sofreu uma ruptura de parlamentares que se opuseram à reforma imprevidente da Previdência.

Quando assistimos o governo atual manter salários do funcionalismo público federal congelados, aumentando sobremaneira a pobreza no país, em obediência à política econômica que o Banco Mundial e a Fome e Miséria Internacional (FMI) ditam para os países “atrasados”, fica impossível entender quais são esses ideais democráticos que fazem ênfase na justiça social. Talvez seja essa a terceira via proposta pelo capital em crise: a barbárie social.

Para barrar o avanço das políticas neoliberais é absolutamente necessário que a luta não esteja circunscrita a reivindicações imediatas, mas estas devem estar ligadas à luta política de toda a classe trabalhadora por políticas públicas que venham ao encontro da classe trabalhadora.

É importante ressaltar que nenhum movimento limitado exclusivamente na mobilização de diretores e ativistas sindicais, sem um enérgico trabalho que não motive o conjunto dos trabalhadores nos seus locais de trabalho e moradia, e dos estudantes nos seus locais de estudo, pode ter sucesso na luta contra o Estado neoliberal, o governo Lula e o imperialismo.

É preciso uma direção política que capitaneie as lutas sociais em defesa dos interesses dos trabalhadores, estudantes, funcionários e professores que já foram e serão atingidos pelas próximas reformas. O desenvolvimento dessa luta contra as reformas universitária, trabalhista, sindical, tributária etc. depende, fundamentalmente , da combatividade operária que deverá levar adiante a luta pela recuperação da organização da população, como frente libertária da luta dos professores, funcionários, estudantes e trabalhadores em geral.

É preciso um diálogo permanente entre os trabalhadores e outros setores populares, esclarecendo a divisão das organizações entre os que querem defender os seus interesses contra a política predatória das instituições multilaterais (FMI, BM e OMC) e os que são meras correias de transmissão do governo do PT. Essa é a linha divisória fundamental para o próximo período no interior das organizações e das lutas contra o estado de coisas que se estabelece.


[1] CARDOSO, F. H. O modelo político brasileiro, SP, DEL, p. 15.

Uma comparação enviesada


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Após o debate, a chapa 3 fez uma estarrecedora comparação entre o depoimento, o caráter e o tipo de política da Ministra Dilma Roussef e a candidata a Presidente da ADUnB da Chapa 2, Profa. Rita Segato.
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Houve uma emocionada troca de emails que os colegas deveriam saber para deixar claro em que lado estamos todos nos posicionando. Não há comentários, apenas a leitura silenciosa para cada consciência que queira saber.
Veja aqui.

Por uma UnB sem donos

Chapa 2-Alternativa Livre vota a Chapa 1 ANDES SN

Prezados colegas docentes da UnB: hoje a chapa 2 - alternativa livre explica por que vota a chapa 1 nas eleições do ANDES-SN na luta histórica em defesa da universidade pública brasileira.

A crise de corrupção na UnB está longe de representar um caso isolado: ela é emblemática da situação crítica em que se acha a universidade pública e do caráter perverso de um modelo de universidade que abriu as portas para a corrupção ao passar a depender de fundações que se tornaram incontroláveis em sua atuação dentro do campus.

As investigações em curso no MPF revelam que chegamos a uma situação que desmoraliza a nossa universidade: um regime baseado na apropriação privada e no loteamento clientelista do espaço público, na distribuição discricionária de recursos e privilégios e na formação de balcões de negócios que operam em benefício de uns poucos. Essa situação parecia já "naturalizar-se" e "eternizar-se" em nossa universidade, até ser derrubada pela mobilização da comunidade universitária e pelo protagonismo histórico do movimento estudantil.

Por isso, prezados colegas, é importante notar que não há nada de natural ou inevitável no modelo de universidade que o legado timothista deixa para trás, nem nada que não possa e deva ser revertido pela própria comunidade universitária. A UnB já não aceita rebaixar-se à condição de um balcão de negócios espúrios ao sentido e à finalidade acadêmica. O docente já não aceita ter que rebaixar-se às degradantes condições de mercador do conhecimento ou de vassalo subalterno para poder sobreviver e dar continuidade às suas pesquisas. Contudo, numa universidade controlada por interesses privados e indulgente com a apropriação por parte de grupos que agem sem qualquer respeito ao bem público, será muito difícil proteger o professor das tramas do clientelismo. Somente uma ADUnB que tenha clareza na compreensão de como esses processos se instalaram e se reproduzem entre nós poderá blindar a nossa instituição contra a penetração e o ataque desses grupos empresariais ou partidários que vêm em nossos recursos uma oportunidade para seu benefício particular.

Sabemos que nos últimos quinze anos o arrocho salarial permanente e a insuficiência crônica do financiamento público da universidade abriram espaço para a proliferação das fundações privadas. A justificativa de sua existência era que apenas as fundações poderiam resolver o problema da captação de recursos para o custeio da pesquisa e a complementação de renda dos docentes. Criou-se assim o mito de que a universidade seria incapaz de captar e gerir de forma eficiente, democrática e transparente seus próprios recursos. Mas com o tempo, as fundações criaram problemas ainda maiores do que aqueles que pretendiam resolver e, sobretudo, carregaram mais recursos dos que aportaram. Hoje, elas existem como empresas privadas que se apropriaram da universidade pública e tornaram-na refém da lógica corrupta e corruptora dos interesses privados. Elas liquidaram sua autonomia, sua democracia e seu caráter público e social; submeteram o ethos acadêmico ao ethos mercantil, e terminaram, ao fim e ao cabo, por apropriar-se até mesmo da gestão dos recursos públicos da universidade. Por esta via, poderia tornar-se verdade o já conhecido adágio: "Ou a universidade acaba com as fundações, ou as fundações acabam com a universidade".

A luta histórica do ANDES-SN e do movimento docente em defesa da universidade pública, autônoma e democrática só poderá ser vitoriosa com a derrota e a desmoralização completa e irreversível do modelo privatizante, mercantilista e essencialmente corrupto e corruptor de universidade que foi construído e consolidado nos últimos quinze anos com o apoio ativo dos governos de plantão. A vitória que obtivemos na UnB com a derrocada da administração timothista demonstrou que é possível lutar e que é possível vencer. Mas ela demonstrou também que a última palavra ainda não foi dada e que não podemos nos deixar confundir por palavras que contradizem abertamente as práticas e os atos concretos daqueles que as pronunciam. Permaneçamos atentos e a postos para proteger a nossa universidade de quaisquer novas investidas desse modelo, venha de quem vier! Existe ainda um abismo entre a derrocada da administração timothista e o necessário desmonte do modelo global que permitiu sua instalação entre nós. Portanto, prezados colegas, nossa luta ainda não acabou.

Nós da Chapa 2 - Alternativa Livre - lutamos e lutaremos, até o final, pela derrota deste modelo. Por isso, apoiamos a Chapa 1 nas eleições do ANDES-SN e nos disponibilizamos para seguir lutando, ombro a ombro, com a futura direção do ANDES-SN, com os servidores e com o movimento estudantil autônomo e combativo no bom combate por uma universidade efetivamente pública, autônoma e democrática. Para isso, contamos com seu voto, com seu apoio e com sua participação nesta luta, que é de todos nós.

TRÊS MENOS UM É DOIS

E 2 É A DIFERENÇA!!!!!!!

Um debate histórico


Ontem, dia 8 de maio de 2008, ocorreu um debate ente as três chapas que concorrem à ADUnB, no Auditório da Faculdade de Tecnologia. Moderado pelo jornalista Beto Almeida e transmitido ao vivo pela UnB TV, o debate foi marcado pela cordialidade e defesa de idéias. Cada chapa avaliará que foi melhor, naturalmente. Assim achamos: a chapa 2 foi melhor. Mas sabemos que quem ganhou foi a UnB com a prática plena da democracia.
Conclamamos aos colegas para que não se alijam do processo de votar, um direito conquistado duramente durante o regime de exceção e que deve ser mantido para a consolidação de um sindicalismo que busque as soluções locais e nacionais para melhores condições de trabalho (lato sensu) dos docentes.

Transparência e democracia


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. O fim da ditadura militar no Brasil foi seguido de ditaduras civis que implementaram o projeto neoliberal. O sucateamento da universidade e a mercantilização do ensino foram alguns dos resultados das ações governamentais privatistas e pró-imperialistas.
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A gradual liberdade de expressão conquistada pela academia, que vinha amordaçada por muito tempo, cegou parcialmente os deslumbrados intelectuais e formadores de opinião: o direito ao voto passou a dar falsa impressão de democracia e os mecanismos de controle deram falsa transparência aos atos dos novos donos do poder.

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Foi sempre uma falácia a transparência apregoada pelas administrações da UnB. Ela, na realidade, nunca passou de mera transparência do fato consumado. Esse tipo de transparência é bem conhecido de quem já teve a oportunidade de admirar, em saguões de restaurantes ou clubes, algum belo aquário cheio de peixinhos, pedras, bolhas, tubos, plantas aquáticas, mini-tesouros e naviozinho naufragado. O aquário todo fechado, transparente, permite que nossos olhos observem o peixe grande que ataca, mata e engole um outro pequeno, as pedras mal colocadas que incomodam ou ferem guelras e a oxigenação mal feita causada pelo tubo cuja extremidade não está mais à tona. O vidro do aquário está limpo, a transparência é total, mas o observador nada pode fazer para mudar o cenário, intervir nas relações internas e no contexto do ambiente que está atrás do vidro.

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Para o Instituto de Artes foi patético o período de alguns longos anos que antecederam o agosto de 2002, quando foi inaugurado o Complexo das Artes. O shopping, como é conhecido entre estudantes, é um prédio de precaríssimo conforto ambiental: um estudante de Artes Cênicas que ensaia uma fala em uma extremidade do prédio é ouvido por outro que tenta se concentrar numa leitura na outra extremidade a mais de 40 metros de distância.

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O final do século XX foi dramático para as direções do Instituto de Artes que, para construirem o novo prédio, viviam tentando passar o chapéu, mendigando doações com o aval da Lei do Mecenato. Apelava-se até mesmo para doações dos próprios professores. Acreditava-se que os pobres coitados teriam imposto a pagar quando, na verdade, todos aguardavam salvadoras restituições. Banqueiros, enfim, financiaram, não sem contrapartida imobiliária, a construção do shopping. O Banco Real entrou no câmpus. Um convênio determinou que a UnB cederia uma área para o Banco Real construir seu posto e utilizá-lo durante cerca de vinte anos: a construção ficará para a UnB a partir de 2025.

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O Departamento de Música reivindica seu prédio novo há mais de 19 anos. A planta da nova construção andou alimentando esperanças de mestres e maestros que não viram o sonho realizado. No papel heliográfico alguns colegas, hoje aposentados ou defuntos, já haviam escolhido suas salas. Motivos misteriosos e desconhecidos fizeram com que o autor da planta original a levasse para sua casa, desautorizando seu uso. Para consagrar o surrealismo, a administração não mais se interessou em buscar novo arquiteto para um novo projeto.

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O Centro Comunitário Athos Bulcão, que poderia ser chamado de Circo da UnB, é a demonstração inconteste da precariedade da universidade pública brasileira. O mestre dos azulejos e murais merecia dar nome a espaço mais nobre. No Circo da UnB se escancaram as boas intenções que, no desespero da falta de recursos, rumam para o provisório, o anti-ecológico, a falta de ventilação, a acústica ambiente absurda que, com tempo de reverberação da ordem de 10 segundos, não permite qualquer comunicação artística ou verbal em condições inteligíveis e dignas.

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Nessa conjuntura nada propícia para as artes, a reitoria, que graças à execrável figura da reeleição passou a ser a mesma que tínhamos no final do século XX, fez com que a transparência do fato consumado desfilasse aos nossos olhos. Os boletins e periódicos publicados pela reitoria nos mostravam como os recursos próprios da UnB, sempre escassos para certas áreas do saber, haviam sido aplicados.

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Entre os projetos concluídos, encontramos alguns importantes na área de Odontologia e Farmácia. Vimos contemplados algum laboratório, construídos alguns sanitários, estacionamentos e calçadas. Promessas eram alardeadas para a Geociências, a Física, a Engenharia Mecânica e a Informação. De resto, investimentos se voltavam a garagens, elevadores e prédio novo para o Cespe. Outro para a Fubra. Esteve em andamento, inclusive, a construção de prédio novo para uma Fundação de Apoio.

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Outros projetos importantes teimaram sempre em ficar engavetados, não se sabe com que critérios. É perda de tempo fazer com que nossas preocupações se voltem para o cronograma de construções cujos projetos não foram transparentemente discutidos por toda a comunidade. Uma descarada política de balcão fez com que projetos saíssem do papel através de uma relação biunívoca e exclusiva entre a administração e a parte interessada. As partes desinteressadas nunca foram ouvidas.
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Aqui entramos na abordagem do tema "democracia". Muitos acham que a Universidade de Brasília chegou a viver uma plena experiência democrática. Numa medrosa e hipócrita avaliação, existe gente que em suas críticas pulam do Azevedismo ao Lauro-Thimotismo, tentando insinuar que de Cristóvam a Todorov houve democracia e lisura. Na verdade, a ilusão e a farsa democráticas foram vividas justamente no tempo em que ainda não existia Ministério Público.
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Ah, se houvesse!
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Acham que democracia se resume em liberdade de pensamento e liberdade de expressão. É totalmente equivocada essa convicção. A plena democracia só se fará presente entre nós quando os órgãos colegiados tiverem reais poderes decisórios. A plena democracia estará vigorando somente quando todos os órgãos colegiados contarem com a participação efetiva e representativa dos três segmentos: docente, discente e técnico-administrativo. A plena democracia se implantará somente quando o Conselho Universitário se reunir periodicamente, com pautas em que predominem assuntos relevantes e não as concessões de títulos honoríficos.
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A plena democracia será realidade apenas quando todos os órgãos colegiados, escolhidos e integrados de modo igualitário pelos três estratos da comunidade universitária, se reunirem periodicamente, contando com o respeito às suas decisões por parte da administração superior.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Dois é a diferença: Chapa 2


TRÊS MENOS UM É DOIS

E 2 É, PORTANTO, A DIFERENÇA!!!!!!

Uma visão retrógrada da realidade

Uma carta injuriosa

As opiniões retrógradas do Prof. Nascimento - chapa 1(veja aqui)

Diz o douto professor Nascimento que a PROFA. RITA SEGATO tem uma visão "romantizada do movimento estudantil". O professor quis passar a idéia de que "as mulheres são românticas", no que haveria de pejorativo nisso: que as mulheres sonham, deliram, estariam distanciadas da realidade, das questões importantes que somente podem ser resolvidas pela razão de um mundo masculino. A armadilha desta frase é o preconceito escamoteado pela pretensa douta opinião de um "senhor" da razão. A opinião expressa pela Profa. Rita Segato não é apenas pessoal, é de todo o coletivo UnB Livre e Alternativa UnB. O método científico é rigorosamente crítico e autocrítico. A maturidade científica da Profa. Rita Segato é facilmente verificada: pesquisadora 1A do CNPq. A tentativa preconceituosa de desqualificar a Profa. Rita Segato é no mínimo sórdida.

Diz o douto mestre quanto à ocupação da reitoria pelos estudantes: "O primeiro desses vícios é uma intransigência e um autoritarismo que, mesmo descontando o natural ardor juvenil, não podemos deixar de levar
em conta. Ocupar uma reitoria em pleno regime democrático, quando
existem diversos meios de protesto, já é uma atitude que no mínimo
deve ser encarada com cautela."
Os estudantes são intransigentes e autoritários? Quem negociou e quis a negociação desde o início da ocupação? Quem colocou uma centena de vigilantes no CONSUNI que impôs a farsa da "paridade" 70/15/15? Em que regime democrático não existem protestos, ocupações de prédios e passeatas? Na Suécia, na França, na Alemanha, na Espanha....existe pelo menos um por semana. Nos países "democráticos" da Líbia, da Arábia Saudita, da China e da Coréia do Norte não existem protestos e nem invasões de prédios. Aliás, até existem, mas acabam com centenas de presos, feridos e mortos. Esta é a democracia que o professor da chapa 1 defende? Estes países são os modelos sem protestos do professor ?

"... mas passou todo o tempo de uma reivindicação a outra, da saída do reitor ao congresso estatuinte, deste para a paridade, etc., etc, sem transigir em nada".
A DEMOCRACIA PODE TRANSIGIR? PODE DAR ESPAÇO A UM NÍVEL DE CORRUPÇÃO MENOR, A MENOS ILEGALIDADE, A MENOR MORALIDADE? OU A DEMOCRACIA TEM QUE SER PLENA? PELO QUE LUTAVAM AQUELES ESTUDANTES SENÃO PELA PLENA DEMOCRACIA NA UNB?

"Os professores, ao contrário da opinião vigente, demonstraram uma posição muito mais madura em todo o "affair" Timothy."
AFFAIR. Definição: negócio, assunto, questão; acontecimento, incidente, aventura amorosa. O pudico professor refere-se ao escândalo nacional, à desastrosa e suspeita administração do ex-reitor como um caso de somenos importância. Subdimensiona, na esfera atômica da moralidade que rege os seus valores e na indigência intelectual da compreensão do fato histórico que vivenciamos, as profundas mudanças que se iniciaram.
Os professores foram guindados da condição de expectadores impotentes ou coniventes, à atores coadjuvantes, essa é a verdade dos fatos. A força da opinião pública foi representada legitimamente pelos estudantes, mais próximos das massas e destituídos de qualquer pedestal de saber excepcional. Os professores foram conclamados à luta pela moralidade e pela redefinição de paradigmas da República de Saló que se instalou na UnB. Muitos professores foram empurrados, alguns a contragosto, para o cenário político, para assumirem uma postura digna com a diversidade do saber, contra o elitismo e o aparelhamento da UnB como instrumento de enriquecimento espúrio. Como o movimento dos estudantes e as eleições da ADUnB são salutares: revelam-se os atores, caem as máscaras.